Canções, Jogos, Actividades, Conteúdos - para as AECs, Ensino da Música, Educação e Expressão Musical
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Jogo das Cartas Musicais
Neste jogo, as notas musicais são convertidas em símbolos de cartas de jogar. De jogada em jogada, em muito sai reforçada, de facto, a aprendizagem das notas. Não se trata portanto de mero entretenimento (mas lá que costuma ser divertido...).
Explicação do jogo.
Em primeiro lugar, cada aluno deve ter um conjunto (baralho) de sete* cartas, correspondendo cada uma delas a uma nota diferente (adiante darei sugestões sobre a construção das cartas). Joga-se em pequenos grupos, que em geral vão dos dois aos quatro elementos. Mais do que isso pode gerar confusão, ainda que em teoria não haja aqui propriamente limite de jogadores.
Cada carta tem uma pequena pauta, com uma nota desenhada; poderá ter também, igualmente na face, o nome do dono (para posterior identificação). Numa mesa, espalham-se (e baralham-se) todas as cartas do grupo com a face (isto é, com a nota) virada para baixo. Se forem dois os jogadores, por exemplo, obtém-se um conjunto de catorze cartas, como peças de dominó antes de cada jogo, pelo que os alunos jogam com todas as cartas, e não apenas com as suas. Aliás, estando as cartas com o verso para cima e a face para baixo, elas nem se deverão distinguir.
O objectivo do jogo é formar pares de notas iguais, escolhendo na segunda jogada carta igual à da primeira jogada (para o que farão uso da memória, do conhecimento, mas também da sorte!). Do seguinte modo: o 1º jogador retira uma carta aleatoriamente. Vê-a ele próprio e mostra-a aos demais. Deve então dizer o nome da nota (**), o qual deve ser «certificado» pelos colegas, (havendo dúvidas, o professor é naturalmente o árbitro); se não acertar no nome da nota, o aluno volta a colocar a carta exactamente onde estava. Mas se acertar, tem o direito de tirar outra carta. Ao fazê-lo, pode acontecer que seja igual à primeira: forma-se desde logo um par, nesta fase do jogo apenas graças à sorte. O 1º aluno recebe pois um ponto e retira as cartas do jogo, conservando-as junto a si; e passa a vez. Se não for igual, volta a colocar as duas cartas exactamente onde estavam, sem receber ponto algum. Recolocar as cartas sempre onde estavam (excepto quando se forma par, evidentemente) é muito importante, para que os alunos vão memorizando as posições das diferentes cartas.
Em qualquer dos casos, é agora a vez do 2º aluno jogar. Tirará à partida uma carta ao acaso (a não ser que escolha alguma das cartas já reveladas; mas nesta fase não tem vantagem nenhuma em fazer isso). Tal como fizera o 1º jogador, também ele terá de a mostrar aos colegas e dizer qual o seu nome, para obter o direito de tirar outra carta. Caso consiga passar esse teste, poderá, com sorte, ter uma possibilidade de não escolher a segunda carta ao acaso: se a primeira que tirou, e já tem na mão, for igual a alguma entretanto revelada (pelo jogador que o antecedeu), pode escolher essa carta especificamente, desde que, bem entendido, se lembre do sítio onde se encontra; forma um par, ganha um ponto, recolhe as cartas e passa a vez.
Se a sua primeira carta não for igual a nenhuma já revelada pelo 1º jogador, terá de escolher a segunda carta ao acaso (ou melhor, quase ao acaso, porque pelo menos sabe quais NÃO deve escolher: precisamente as do 1º jogador, pois são diferentes da sua). Nessa situação, a de ter escolhido segunda carta ao acaso, duas coisas podem acontecer: ou tem a sorte de acertar (ganhando um ponto ao mesmo tempo que recolhe o par), ou o azar de não acertar. Neste último caso, volta a colocar a primeira e a segunda carta onde estavam.
Passa então a vez ao jogador seguinte, que repetirá os mesmos procedimentos, e assim sucessivamente, passando a vez várias vezes por todos os jogadores. Com o decorrer do jogo, vão-se conhecendo cada vez melhor as posições das cartas, que aliás serão cada vez menos, pelo que o jogo deixa de estar tão condicionado pela sorte, para decorrer cada vez mais em função da atenção e da memória dos alunos. Além do conhecimento das notas.
No fim, quando acabarem as cartas, ganha quem tiver mais pontos.
Elaboração do «baralho»
Aqui começa a aprendizagem, e também a diversão. Para facilitar, começo normalmente por desenhar sete rectângulos numa folha, e depois fazer uma pequena pauta em cada um (com ou sem clave de sol, conforme os alunos sejam ou não capazes já de a fazer eles mesmos). Normalmente não faço a pauta a meio, antes deixo o topo da carta com mais espaço do que a base, para que os alunos percebam de imediato a posição correcta da carta quando pegam nela, embora a clave de sol seja à partida indicador suficiente.
Depois, tiro uma fotocópia da folha para cada aluno. Aos alunos cabe fazer uma nota diferente em cada rectângulo (de preferência a lápis, e de preferência sem carregar muito no traço, para não transparecer no verso). Normalmente precisam de assistência, e alguns até de que se lhes desenhe as notas no quadro. Tudo isso é aprendizagem. Aliás, não é má ideia fazer dois ou três rectângulos a mais em cada folha. Como também o não é fazer algumas folhas a mais. Costumo ainda pedir aos alunos que escrevam o nome, por baixo ou por cima da pauta. Depois é só recortar os rectângulos – isto é, as cartas.
Para quem quiser aprimorar um pouco o produto final, também se podem colar as cartas em rectângulos de cartolina do mesmo tamanho, ou, apesar de dar mais trabalho, fazer as cartas directamente na cartolina.
(*) O número de cartas pode naturalmente variar, de acordo com os conhecimentos e objectivos que se pretende para cada grupo de alunos. Resulta bem com quatro cartas, por exemplo.
(**) Se os alunos ainda tiverem dificuldades, pode-se numa primeira fase escrever no quadro, em jeito de cábula, algumas das notas ainda não assimiladas (ou mesmo todas).
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